domingo, 23 de agosto de 2015

20 DE AGOSTO


A comédia é sempre o gênero do dia do aniversário. Acontecimentos inusitados e aleatórios, aquela coisinha que sempre dá errado. E aí, como faz? Ri! Ri que é melhor.
Não mais engraçado que o episódio da doação de sangue do ano anterior, mas com o devido valor que o dia reserva.
Era uma linda manhã, o sol brilhava, mas um vento maroto anunciava o frio e a chuva que viriam à noite. Ela estava esperando que o sinal abrisse para então seguir em direção à praia, para a sua caminhada matinal, quando percebeu que era alvo de muitos olhares e ouviu uma voz dizendo: “parabéns!” Não, não era um conhecido. Não era um “parabéns” de aniversário. Era uma daquelas gracinhas que as mulheres costumam receber como um elogio. Foi então que percebeu que mostrava há mais ou menos meio minuto, meia banda de bunda aos transeuntes da Rua do Catete com a Dois de Dezembro. Pensou: “estou de biquíni, ok.” Sinal abriu. Corta!
Caminha, corre, tira foto, alonga, responde mensagem, esconde o celular. Corta!
Voltando pela Dois de Dezembro, toca o celular. “Alô... Obrigada... Obrigada... Desculpe... preciso desligar... o vento... meu vestido... tu...tu...tu...” Corta!
Virando a esquina da sua rua, toca o celular e, naquele microssegundo que ela pensou se atendia, esqueceu porque não atenderia... “Alô, oi... Obrigada! Tá ótimo! Obrigada... Ahaha... Obrigada...”
E foi assim, sem parar, sem pensar, sem vergonha, que achou graça no vento que foi levantando o seu vestido até à porta de casa, enquanto alguém lhe desejava ‘feliz aniversário’ e ela ria de si.